O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou nesta sexta-feira (21) a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), após a Polícia Federal relatar que o parlamentar teria deixado o Brasil e sido visto nos Estados Unidos, em Miami.
A decisão ocorre no âmbito da investigação que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, processo no qual Ramagem já havia sido condenado a 16 anos de prisão. Moraes havia determinado anteriormente a retenção do passaporte do deputado, medida que buscava evitar risco de fuga.
Segundo informações enviadas à Corte, Ramagem viajou inicialmente para Boa Vista (RR) e cruzou a fronteira por via terrestre antes de embarcar para os EUA. A Polícia Federal agora concentra esforços para confirmar o trajeto e localizar o parlamentar, que aparece em registros de entrada em Miami, conforme reportagem recente.
A Câmara dos Deputados informou que não havia autorizado nenhuma missão oficial no exterior e que os atestados médicos apresentados por Ramagem não justificam deslocamentos internacionais.
A prisão decretada por Moraes reacende a tensão entre o STF e a ala bolsonarista do Congresso. Aliados de Ramagem classificam a medida como “perseguição política”, enquanto integrantes do Supremo afirmam que o caso envolve risco concreto à execução da pena em razão da fuga.
Ex-diretor da Abin durante o governo Jair Bolsonaro, Ramagem é considerado peça-chave nas investigações sobre ações paralelas de inteligência e articulações antidemocráticas no período pós-eleitoral. Sua captura, caso se confirme, representa mais um capítulo do embate institucional entre o Judiciário e a base bolsonarista.
A Polícia Federal segue em operação para localizar o deputado e verificar oficialmente a rota utilizada para deixar o país, com novos desdobramentos esperados nas próximas horas.