Medida visa simplificar atendimentos e centralizar dados, mas gera preocupações sobre privacidade e segurança
O Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) passou a ser o número oficial de identificação no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, busca unificar registros de pacientes, reduzir burocracias e facilitar o acesso a serviços de saúde em diferentes estados.
Até agora, o principal identificador era o Cartão Nacional de Saúde (CNS). Com a mudança, o CPF passa a ser a referência para consultas, exames, internações e vacinação, permitindo acesso mais rápido a históricos clínicos e simplificação do cadastro de pacientes.
Segundo o Ministério, a integração deve melhorar a gestão de dados e apoiar políticas públicas mais eficientes. “A utilização do CPF como número de identificação no SUS permitirá um atendimento mais ágil e reduzirá erros de duplicidade de cadastro”, destacou a pasta em nota oficial.
Apesar dos benefícios, especialistas apontam riscos em relação à privacidade e à segurança. Por ser amplamente usado em transações financeiras, o CPF concentra informações sensíveis que, em caso de vazamentos, podem gerar fraudes ou exposição de histórico médico. “É fundamental que o sistema tenha camadas robustas de proteção e que os profissionais de saúde recebam treinamento adequado para lidar com informações pessoais”, explica Carla Menezes, especialista em segurança de dados em saúde.
Entre os pacientes, a medida também divide opiniões. Alguns temem a obrigatoriedade de apresentar o CPF em atendimentos de rotina, enquanto outros consideram um avanço na digitalização do SUS, eliminando a necessidade de portar o cartão físico.
A implementação será gradual, começando por unidades em capitais e grandes cidades. A previsão é de que a mudança alcance todos os municípios nos próximos meses, com acompanhamento do governo federal para evitar interrupções nos atendimentos.
