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Morre Arlindo Cruz, ícone do samba brasileiro, aos 66 anos

Arlindo Cruz, um dos mais importantes nomes do samba brasileiro, morreu aos 66 anos, nesta sexta-feira (8 de agosto). Internado desde 25 de março, o artista tratava uma bactéria resistente relacionada a uma pneumonia, além das sequelas devido a um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido em 2017.  A informação foi confirmada pela família do artista em nota divulgada nas redes sociais.

“Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho. Sua voz, suas composições e seu sorriso permanecerão vivos na memória e no coração de milhões de admiradores. Agradecemos profundamente todas as mensagens de carinho, orações e gestos de apoio recebidos ao longo de sua trajetória e, especialmente, neste momento de despedida”, diz o texto.

“Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte. Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo”, completa a mensagem replicada pela conta oficial do artista, assim como a do filho, Arlindinho, e da filha, Flora Cruz.

Até o momento, a causa da morte de Arlindo Cruz não foi informada. Detalhes sobre a despedida do sambista, como horário e local do velório, também não foram divulgados.

Quem foi Arlindo Cruz

Filho de Aracy Marques da Cruz e Arlindo Domingos da Cruz, o sambista teve seu primeiro contato com a música por meio da família. A mãe tocava pandeiro e o pai dominava o cavaquinho, enquanto o tio era violonista. Aos 7 anos, Arlindo ganhou o primeiro cavaquinho e, aos 12, já reproduzia diversas canções de ouvido, além de aprender violão como seu irmão Acyr Marques (1953-2019), que também foi compositor.

Durante a juventude, Arlindo estudou na escola Flor do Méier, onde aprendeu teoria musical, solfejo e violão clássico por dois anos. Aos 15 anos, se mudou do Rio de Janeiro para Barbacena, em Minas Gerais, onde ingressou na escola preparatória de Cadetes do Ar. Apesar da mudança, a ligação com a música se manteve, com Arlindo participando do coral da instituição.

Oficialmente, a carreira musical de Arlindo foi iniciada na década de 1980, em rodas de samba do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, quando tocou com artistas como Jorge Aragão, Beto sem Braço e Almir Guineto. Inicialmente reconhecido como compositor, ele ganhou notoriedade quando suas obras foram gravadas por diversos artistas na década de 1990. A maior projeção, no entanto, veio como integrante do grupo Fundo de Quintal, onde permaneceu até 1993, interpretando as próprias composições.

Ao longo da trajetória, Arlindo acumulou mais de 26 prêmios, incluindo o 26º Prêmio da Música Brasileira. O músico também venceu 19 disputas de samba-enredo por escolas como Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu. Ainda, ele recebeu cinco indicações ao Grammy Latino, sendo quatro na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode e uma na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.

O último projeto do sambista foi “Pagode 2 Arlindos”, realizado em 2017 com seu filho Arlindinho. No mesmo ano, Arlindo sofreu um AVC hemorrágico que interrompeu sua carreira e o manteve sob cuidados médicos constantes.

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