Os senadores brasileiros que integram a missão designada para negociar o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos realizaram sua primeira reunião de trabalho neste domingo (27). O encontro marca o início oficial dos preparativos para a viagem antecipada aos EUA, que visa tentar evitar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
A comissão de senadores tem a difícil tarefa de dialogar diretamente com o Congresso americano e outras autoridades, buscando reverter as medidas protecionistas adotadas pelo governo de Donald Trump. A iniciativa do Senado reflete a preocupação crescente com os impactos na economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de base.
O governo brasileiro, por sua vez, tem defendido um trabalho de “bastidor” e discreto para negociar a questão, buscando soluções por meio de canais diplomáticos menos expostos. O presidente Lula, embora tenha classificado a revogação de vistos de ministros como uma “medida arbitrária” e pedido uma postura “firme” e “sóbria” aos seus ministros, não sinalizou a intenção de um contato direto entre os presidentes.
A missão do Senado é vista como um esforço adicional para complementar a atuação do Itamaraty, que nega recusa dos EUA em contatar a embaixadora brasileira. O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, aumentou a pressão sobre Lula, cobrando uma ligação direta para Trump para evitar maiores prejuízos.
Ainda que um jornal dos EUA tenha sugerido que o “bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra”, fortalecendo a união interna e a busca por novas alianças, a mobilização do Legislativo demonstra a urgência em resolver o impasse comercial antes que os impactos sejam irreversíveis. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a citar a possibilidade de uma “3ª Guerra Mundial” ao falar sobre tarifas, evidenciando a gravidade da situação.