O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou hoje que as medidas de reciprocidade do Brasil em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos “não serão apenas taxas”. A declaração, feita em coletiva de imprensa em Brasília, sinaliza que o governo brasileiro está avaliando um leque mais amplo de ações para equilibrar a balança comercial e as relações bilaterais, indo além das tarifas aduaneiras.
A fala de Costa ocorre em um momento de intensificação das discussões sobre barreiras comerciais impostas por Washington a produtos brasileiros. Embora o ministro não tenha detalhado quais seriam as outras medidas em estudo, analistas de comércio exterior especulam que o governo pode considerar restrições não tarifárias, como exigências sanitárias mais rigorosas, padrões técnicos específicos ou até mesmo a revisão de acordos setoriais.
“A reciprocidade é um princípio fundamental das relações internacionais. Não podemos aceitar que nossos produtos enfrentem barreiras enquanto o Brasil mantém uma postura aberta. Estamos buscando um diálogo construtivo, mas a reciprocidade não será apenas no campo tributário”, declarou Rui Costa, enfatizando a seriedade com que o tema está sendo tratado pelo Palácio do Planalto.
A tensão comercial entre os dois países tem sido um dos focos da política externa brasileira, especialmente no que tange a setores como o agronegócio e a siderurgia, que frequentemente se deparam com entraves para acessar o mercado norte-americano. A expectativa é que as declarações de Rui Costa pautem os próximos encontros diplomáticos entre Brasil e EUA, colocando a reciprocidade como um ponto central da agenda.