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Chefe da CGU Contesta Rui Costa e Afirma Que “Todo Mundo Sabia” do Problema no INSS

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, contradisse publicamente o chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao afirmar que a “alta cúpula” do governo, incluindo Costa, “sabia do problema” das fraudes nos descontos de aposentados e pensionistas do INSS antes mesmo que o escândalo viesse à tona. A declaração de Carvalho, em entrevista ao jornal O Globo neste sábado (7 de junho de 2025), aprofunda o desgaste político em torno da crise.

A polêmica surgiu após Rui Costa ter criticado a CGU em maio, alegando que o órgão falhou ao não alertar os ministros sobre a gravidade das irregularidades no INSS quando as primeiras suspeitas surgiram em auditorias de 2023. Segundo Costa, nem ele nem o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, teriam sido avisados adequadamente.

O Contraponto do Ministro da CGU

Em resposta, Vinícius de Carvalho foi enfático ao rebater a crítica: “A informação de que as pessoas não sabiam não procede. O ministro Rui sabe disso. Todo mundo sabia do problema e que a CGU estava fazendo auditoria”.

Carvalho defendeu a atuação da CGU, explicando que as auditorias são rotineiras – cerca de 600 por ano – e que, em casos de detecção de fraude, a equipe encaminha o caso à Polícia Federal. Ele ressaltou que a atuação da Controladoria seguiu a orientação expressa do Presidente Lula de ser “intolerante com fraudes, desvios e corrupção”.

“A terceira possibilidade era investigar, punir e ressarcir os aposentados. Esta foi a medida tomada”, declarou o chefe da CGU, explicando a linha de ação do governo.

O Foco nas Mudanças e a Tensão no Governo

A divergência entre os ministros expõe uma tensão interna no governo federal sobre quem deveria ter agido e em que momento para evitar a explosão do escândalo, que já gerou um prejuízo bilionário aos cofres públicos e aos beneficiários do INSS.

Vinícius de Carvalho também aproveitou para defender mudanças estruturais no sistema de descontos em folha de pagamento dos aposentados, chegando a sugerir a interrupção desses descontos. Ele apontou fragilidades, como o fato de o INSS “nem receber a documentação das entidades” que realizam os descontos. “A conclusão do relatório da CGU é que o mais viável seria interromper os descontos. Mas essa é uma decisão política, que envolve inclusive o Congresso Nacional”, ponderou.

A fala do chefe da CGU, que coloca a cúpula do governo a par das fraudes desde 2023, intensifica a pressão sobre a Casa Civil e o Palácio do Planalto, que se veem cobrados a dar respostas mais efetivas e transparentes sobre o escândalo que tem abalado a imagem da gestão petista.

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