Em um momento de efervescência na política da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com a eleição de Samir Xaud para a presidência, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se manifestou de forma contundente e crítica à postura de outros clubes e dirigentes. Em declarações recentes, Leila “cutucou” os rivais, afirmando que “ficam tão presos em política que esquecem do futebol”.
A fala de Leila Pereira ocorre em meio à insatisfação de grande parte dos clubes brasileiros com o modelo de governança da CBF e com o processo eleitoral que levou Samir Xaud à presidência, marcado pelo boicote de 20 dos 40 principais clubes do país (Séries A e B).
Contexto da Crítica de Leila:
Leila Pereira, que faz parte do grupo de clubes que não boicotou a eleição da CBF e optou por participar do processo, tem defendido uma postura mais pragmática, focada nos interesses do futebol. Sua crítica se direciona àqueles que, em sua visão, dedicam mais tempo e energia às articulações políticas nos bastidores do que ao desenvolvimento do esporte em si.
A presidente do Palmeiras, clube que tem sido um dos mais vitoriosos nos últimos anos e que se mantém em uma posição de destaque financeiro e desportivo, frequentemente defende a profissionalização da gestão e a busca por resultados em campo. Essa postura, por vezes, a coloca em rota de colisão com dirigentes que priorizam as movimentações políticas e as relações de poder dentro das entidades do futebol.
O Debate sobre a Política na CBF:
A crítica de Leila Pereira toca em um ponto sensível do futebol brasileiro: a constante tensão entre os interesses políticos das federações e os anseios dos clubes por uma CBF mais moderna, transparente e focada no desenvolvimento do esporte.
- Poder das Federações: O modelo eleitoral da CBF, que concede um peso desproporcional às federações estaduais nos votos para a presidência, é um dos principais alvos de críticas. Os clubes argumentam que essa estrutura privilegia a política em detrimento do futebol jogado e das necessidades das grandes ligas.
- Boicote dos Clubes: A ausência de 20 clubes na eleição da CBF foi um claro sinal de protesto contra o atual sistema e a falta de diálogo da entidade. Esses clubes buscam maior representatividade e poder de decisão nas pautas que afetam diretamente o futebol nacional.
- Demandas por Reformas: As principais ligas de clubes (Libra e Liga Forte União) têm pressionado por reformas estatutárias na CBF, incluindo a alteração do processo eleitoral, a profissionalização da arbitragem e o reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos clubes.
A declaração de Leila Pereira reflete a frustração de parte da comunidade do futebol com a lentidão das mudanças e a percepção de que a política interna da CBF muitas vezes ofusca os objetivos esportivos e o potencial de crescimento do futebol brasileiro. A bola agora está no campo do novo presidente, Samir Xaud, para tentar conciliar esses interesses divergentes e liderar as reformas que o futebol brasileiro tanto clama.