Vendaval sem chuva bateu 96, 3 km/h em SP e foi o mais forte em condição seca desde 1963, quando o Inmet começou esse tipo de medição. Episódio fez a Climatempo adotar método dos EUA, separando ventos secos daqueles com tempestade para análise e alertas. Meteorologista afirma que eventos semelhantes podem se tornar mais comuns com ciclones se formando ainda sobre o continente.
O vendaval histórico que atingiu São Paulo na quarta-feira (10) levou a Climatempo a mudar sua forma de monitorar rajadas de vento no país. A empresa passará a separar ventos fortes registrados em condição seca daqueles associados a tempestades, prática comum em órgãos meteorológicos dos Estados Unidos. Ao g1, o meteorologista da Climatempo Cesar Soares afirmou que a intensidade e a longa duração do vento seco que atingiu a capital abriram um “precedente técnico” que exige uma nova metodologia.
“A gente vai começar a guardar essas rajadas de vento em condições mais úmidas e em condições mais secas, para ter uma base nas duas situações”, explicou. “O normal era São Paulo registrar ventos muito fortes só com atmosfera carregada. Agora a gente viu que isso mudou.
” Para ele, casos de ventos fortes com tempo firme podem se tornar mais comuns quando ciclones extratropicais se formam antes de alcançar o oceano ( O vendaval registrado em São Paulo começou por volta das 9h de quarta e se estendeu até a noite, por volta das 21h, com rajadas acima de 75 km/h durante praticamente todo o dia. A maior velocidade, 96,3 km/h, ocorreu no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, e é o maior valor sem chuva já documentado na capital desde o início das medições pelo Inmet, em 1963. Em outras ocasiões em que a capital registrou ventos tão fortes — como em setembro, quando o Campo de Marte marcou 98,2 km/h — a cidade enfrentava temporais.