Enquanto a direita enfrenta divisões sobre a candidatura presidencial, o presidente Lula lança programas mirando sua reeleição em 2026. Nesta terça-feira (9), ele anunciou oficialmente as novas regras mais simples para tirar carteira de motorista, com a novidade de que os bons condutores serão premiados com a renovação automática de suas habilitações para dirigir. Interlocutores de Lula avaliam que, depois de um período negativo para o presidente com o tema da segurança dominando os debates, o momento atual é mais favorável ao governo.
O lançamento da candidatura presidencial de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) gerou irritação no Centrão, que prefere o governador Tarcísio Gomes de Freitas (SP-Rep) como candidato em 2026. Além disso, no início de 2026, a expectativa é que os contribuintes que serão beneficiados com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil sintam na vida real os benefícios da medida. Antes de 2026, porém, o governo Lula tem a missão de conseguir aprovar no Congresso sua agenda econômica para garantir cerca de R$ 30 bilhões para fechar as contas do Orçamento da União do ano que vem.
Em reunião nesta segunda-feira (8) com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) acertaram uma agenda para votar essas medidas. Um tem de passar também pelo Senado, o que corta 10% dos gastos tributários (incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo governo, que geram perda de arrecadação). O outro já passou pelo Senado e só depende de votação da Câmara dos Deputados, o que combate o devedor contumaz.
Esses projetos podem gerar mais de R$ 20 bilhões no ano que vem. Sem esses recursos, o governo será obrigado a fazer cortes de gastos para cumprir sua meta fiscal em 2026, que é um superávit de 0,25% do PIB. A equipe presidencial tem alertado a cúpula do Congresso que um corte não interessa nenhum dos dois lados.