A proposta de aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix, estimada entre US$72 bilhões e US$83 bilhões, ganhou um novo elemento de incerteza após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump. Em evento realizado no fim de semana, Trump afirmou que a fusão “poderia ser um problema”, em referência ao tamanho da participação de mercado que a empresa combinada alcançaria no setor de entretenimento.
A fala pública reacendeu dúvidas sobre a possibilidade de aprovação regulatória do negócio. De acordo com informações de bastidores, Trump se reuniu recentemente com executivos da Netflix na Casa Branca, indicando que pretende acompanhar pessoalmente o processo uma sinalização incomum, já que análises antitruste costumam ser conduzidas por órgãos independentes, como o Departamento de Justiça (DOJ).
Se aprovada, a operação daria à Netflix controle do estúdio da Warner, de um dos maiores acervos audiovisuais do mundo e do serviço de streaming Max, ampliando de forma significativa seu alcance global. Porém, especialistas em concorrência alertam que essa concentração poderia reduzir a competitividade do setor e limitar a oferta de conteúdo para consumidores e produtores independentes.
Analistas consultados avaliam que as declarações do presidente podem influenciar diretamente o clima político em torno da fusão, aumentando a pressão sobre os reguladores americanos. O DOJ deve iniciar nas próximas semanas uma etapa aprofundada de revisão, que pode estender o processo por vários meses e até resultar em um veto formal.
No mercado, o impacto foi imediato: investidores passaram a revisar as projeções de conclusão da operação, e empresas concorrentes observam com atenção os desdobramentos, cientes de que o desfecho pode redefinir o equilíbrio de forças na indústria do entretenimento global.
Com negociações em andamento e clima de incerteza crescente, a fusão entre Netflix e Warner Bros. Discovery entra em um dos momentos mais sensíveis desde o anúncio e a declaração de Trump adiciona um novo e relevante obstáculo ao maior acordo do setor de mídia na década.