A Polícia Federal desmantelou uma rede nacional de fabricação e venda clandestina de “canetas emagrecedoras”, esquema que ganhou destaque após ser detalhado em uma reportagem exibida pelo Fantástico no último domingo (30). A investigação revelou laboratórios improvisados, distribuição interestadual e comercialização por meio de perfis falsos e plataformas digitais.
Segundo a PF, o grupo manipulava tirzepatida, substância indicada para diabetes e obesidade, em condições totalmente inadequadas, sem controle de esterilidade, dosagem correta ou origem comprovada. As canetas eram envasadas e rotuladas de forma artesanal, imitando produtos oficiais, e enviadas para compradores em diversos estados.
A reportagem mostrou que consumidores adquiriam os produtos acreditando se tratar de versões legítimas, mas recebiam fórmulas falsificadas ou manipuladas por pessoas sem qualificação técnica. A prática elevava os riscos à saúde, já que a composição variava de lote para lote e não seguia nenhum padrão sanitário.
Especialistas ouvidos no programa alertaram que o uso de tirzepatida sem prescrição médica e acompanhamento profissional pode provocar efeitos colaterais severos, como náuseas intensas, dores abdominais e complicações mais graves quando se trata de substâncias adulteradas.
A Anvisa reforçou que medicamentos dessa classe só podem ser vendidos com receita médica retida e mediante rigoroso controle de rastreabilidade. A PF segue analisando o material apreendido e não descarta novas fases da operação.
A exposição do caso reacende o debate sobre o avanço do mercado clandestino de produtos para emagrecimento e a necessidade de fiscalização mais efetiva em canais físicos e digitais.