A Conmebol analisa a criação de uma Liga das Nações sul-americana que seguiria o mesmo modelo da atual Eliminatória, com todos os países se enfrentando em pontos corridos ao longo do ciclo. A diferença central seria a transformação do torneio em uma competição oficial, com título, premiações financeiras e possibilidade de valer vagas para a Copa do Mundo de 2030.
A proposta surge em meio às discussões internas sobre como reorganizar o calendário de seleções após a classificação automática de Argentina, Uruguai e Paraguai, sedes da abertura do Mundial. Com três países já garantidos, o atual formato perde parte de seu sentido esportivo e financeiro, e a liga aparece como uma alternativa para manter o nível de competitividade e o interesse comercial do torneio.
A ideia inicial prevê que a liga funcione exatamente como as Eliminatórias tradicionais: todos contra todos, jogos de ida e volta, tabela por pontos e ranking final. A grande novidade seria o caráter competitivo oficial, com um campeão ao final do ciclo, cerimônia de premiação e distribuição de valores proporcionais à colocação de cada seleção, seguindo modelos usados em torneios europeus.
No debate interno, a Conmebol também considera usar a classificação final da liga como critério para definir quem vai ao Mundial. Dependendo da aprovação da FIFA, o torneio poderia garantir vagas diretas ou estabelecer seleções que disputariam um playoff sul-americano, preservando o equilíbrio técnico sem alterar drasticamente o formato que já é considerado um dos mais fortes do mundo.
O projeto, porém, divide opiniões. Algumas federações veem vantagem na criação de um título adicional e na chance de ampliar receitas, enquanto outras demonstram resistência por conta da tradição e do impacto econômico das Eliminatórias atuais, que movimentam altos valores em direitos de transmissão.
Se avançar, a Liga das Nações, espelhada no modelo das Eliminatórias, representará uma das maiores mudanças no futebol de seleções da América do Sul em décadas. Por enquanto, as discussões continuam, mas já evidenciam o desejo da Conmebol de modernizar seu calendário e tornar o ciclo rumo à Copa de 2030 mais atrativo, competitivo e rentável para todos os países do continente.