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Inflação desacelera em outubro e tem menor alta para o mês em quase três décadas

A inflação oficial do país registrou alta de 0,09% em outubro, mostrando uma forte desaceleração em relação aos meses anteriores. O índice representa o menor resultado para o mês em 27 anos, desde 1998, quando o aumento havia sido de apenas 0,02%.

No acumulado de 12 meses, a alta dos preços chegou a 4,68%, abaixo dos 5,17% observados até setembro. Apesar da trégua, o número ainda permanece um pouco acima do centro da meta de inflação, que é de 3% ao ano, com tolerância de até 4,5%.

Energia mais barata alivia o índice

A principal razão para o recuo foi a redução nas tarifas de energia elétrica, que tiveram queda média de 2,39%. A mudança foi influenciada pela transição da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que cobrava R$ 7,87 a cada 100 kWh, para a vermelha patamar 1, com custo adicional de R$ 4,46. O grupo Habitação foi o que mais contribuiu para segurar o índice, com impacto negativo de 0,10 ponto percentual.

Alimentos estáveis e roupas mais caras

Os preços de alimentos e bebidas ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,01%. Itens básicos como arroz (–2,49%) e leite longa vida (–1,88%) registraram queda, enquanto a alimentação fora de casa subiu 0,46%.
Já o vestuário foi o grupo com maior variação positiva, de 0,51%, impulsionado por calçados, roupas femininas e acessórios.

Transportes e serviços

O grupo Transportes avançou 0,11%, influenciado por reajustes em tarifas de táxi em algumas capitais e leve redução no preço do óleo diesel (–0,46%). As despesas pessoais subiram 0,45%, com destaque para pacotes turísticos e salários de empregados domésticos.

Perspectiva

O resultado de outubro reforça o cenário de desaceleração da inflação e sugere que a política de juros altos continua tendo efeito sobre os preços. A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, deve seguir em patamar elevado por mais tempo para garantir a convergência do índice à meta.

Especialistas avaliam que o alívio nos preços de energia e alimentos ajuda a conter a pressão inflacionária, mas alertam que a dinâmica dos serviços e das tarifas públicas ainda exige atenção. O desempenho dos próximos meses será decisivo para indicar se o Brasil caminha para encerrar o ano com inflação próxima do limite da meta.

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