Os fuzileiros navais dos Estados Unidos (USMC) realizaram nesta semana uma série de exercícios com munição real na região do Caribe, em uma operação que chamou a atenção por ocorrer próxima à costa da Venezuela. As manobras envolveram disparos de foguetes e metralhadoras a partir de helicópteros e navios da frota americana, sob coordenação do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM).
A operação foi divulgada oficialmente na quinta-feira (30), quando o SOUTHCOM publicou vídeos e fotos dos treinamentos em suas redes sociais, mostrando helicópteros realizando disparos em movimento a partir de embarcações militares.
Segundo o Departamento de Defesa norte-americano, o treinamento teve como foco o aperfeiçoamento das operações marítimas de combate, simulando cenários reais de conflito e interdição no mar. Os exercícios contaram com a participação de helicópteros AH-1Z Cobra e UH-1Y Venom, que realizaram disparos em movimento a partir de embarcações da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais.
Operação próxima à Venezuela levanta especulações
Embora o Pentágono afirme que o objetivo é fortalecer a prontidão das tropas e combater o tráfico internacional de drogas, a proximidade com o território venezuelano gerou preocupações geopolíticas na região. Imagens de satélite mostraram navios americanos operando a menos de 200 quilômetros da costa do país governado por Nicolás Maduro.
Fontes diplomáticas ouvidas por veículos internacionais afirmam que, até o momento, não houve incidentes diretos ou violações de fronteira marítima, mas governos locais monitoram de perto as atividades. A Venezuela, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Demonstração de força e capacidade operacional
Especialistas em defesa apontam que o uso de munição real e o treinamento em condições de combate visam demonstrar a capacidade de resposta e interoperabilidade das forças americanas. Os exercícios envolveram também operações conjuntas de vigilância e inteligência, simulando a interceptação de embarcações suspeitas.
“O uso de munição real nesse tipo de cenário eleva o nível de realismo e prepara os fuzileiros para missões de alto risco, mas também pode gerar tensão política quando ocorre em áreas sensíveis”, afirmou o analista militar Thomas Rees, à Sky News.
Contexto regional
O Caribe tem sido uma área estratégica para as forças dos Estados Unidos, especialmente em ações de combate ao narcotráfico e cooperação de segurança com países aliados. Contudo, a realização de manobras militares tão próximas à Venezuela ocorre em meio a um clima diplomático delicado e a tensões crescentes envolvendo Washington e Caracas.
Ainda segundo o SOUTHCOM, novas operações conjuntas estão previstas para os próximos meses, “sempre com foco em manter a estabilidade e a segurança regional”.