Na tarde desta quinta-feira (16), em Washington, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reunem em um encontro decisivo para reduzir as tensões diplomáticas e preparar o terreno para uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, prevista para as próximas semanas.
A reunião ocorre em meio a uma crise marcada pelo “tarifaço” imposto pelo governo americano que elevou em até 50% as tarifas sobre produtos brasileiros e pelas sanções aplicadas a autoridades brasileiras sob a Lei Magnitsky, que restringem vistos e bloqueiam ativos financeiros.
Clima de expectativa
A reunião acontece após meses de atrito entre Brasília e Washington. O governo brasileiro considera as tarifas uma retaliação política e tenta reverter as sobretaxas sobre o aço, o café e os minérios, além de buscar um afrouxamento das sanções que atingiram autoridades nacionais.
Fontes diplomáticas afirmam que o diálogo deve ser técnico e pragmático, com foco na reconstrução da confiança entre os dois países. Embora ainda não haja sinal de recuo imediato dos Estados Unidos, o encontro representa o primeiro passo concreto desde o início da crise.
Lula e Trump devem se encontrar em novembro
De acordo com interlocutores do Itamaraty, a conversa entre Rubio e Vieira funcionará como preparação para um encontro entre Lula e Trump, que pode ocorrer em novembro, possivelmente em Nova York.
A expectativa é que o futuro encontro presidencial resulte em um acordo político e econômico voltado à redução de tarifas, ao incentivo de parcerias em energia limpa e mineração estratégica, e à retomada de investimentos americanos no Brasil.
Próximos passos
O governo brasileiro espera que o diálogo desta quinta-feira estabeleça um canal direto de negociação entre as equipes diplomáticas. A Casa Branca, por sua vez, sinalizou que está aberta a “conversas construtivas”, mas reforçou que eventuais mudanças nas tarifas dependerão de “condições comerciais equilibradas”.
Se houver avanço, a reunião entre Lula e Trump poderá marcar a reaproximação mais significativa entre os dois países desde o início do segundo mandato do presidente brasileiro.