Neste 15 de outubro, Dia do Professor, o tema da valorização profissional ganha um tom urgente: a saúde mental dos educadores brasileiros. Pesquisas recentes apontam que mais de 60% dos professores relatam sintomas de estresse, ansiedade e exaustão emocional relacionados ao trabalho, um cenário que tem se agravado após a pandemia e a intensificação das demandas escolares.
Entre os principais fatores estão a sobrecarga de tarefas, a falta de estrutura nas escolas, os baixos salários e a pressão constante por resultados. Além disso, muitos profissionais afirmam sentir falta de apoio psicológico e reconhecimento, o que contribui para o aumento dos casos de burnout, síndrome resultante do esgotamento físico e mental.
De acordo com especialistas em educação e saúde, o bem-estar docente é essencial para o aprendizado dos alunos e para a qualidade do ensino. “Não existe educação de qualidade sem professores emocionalmente saudáveis”, afirma a psicóloga educacional Mariana Lopes. Ela defende políticas públicas voltadas à prevenção, com programas de escuta, acompanhamento psicológico e capacitação para lidar com as pressões do ambiente escolar.
Em algumas redes municipais, iniciativas de cuidado já começam a surgir. Cidades como Curitiba, Recife e Belo Horizonte implementaram projetos de apoio psicossocial aos educadores, incluindo rodas de conversa, atendimento terapêutico e oficinas de autocuidado. Apesar dos avanços pontuais, especialistas ressaltam que ainda há um longo caminho para transformar o cuidado com a saúde mental em prioridade nacional.
No Dia do Professor, o debate sobre a valorização da categoria vai além dos aplausos e homenagens: é também um chamado por condições dignas de trabalho e por uma educação que cuide de quem ensina.