A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou, nesta terça-feira (7), os vencedores do Prêmio Nobel de Física 2025: John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis. O trio foi premiado por seus experimentos que demonstraram fenômenos quânticos em escala macroscópica, um marco na transição entre o mundo atômico e o mundo visível.
Os cientistas desenvolveram circuitos supercondutores capazes de exibir dois comportamentos típicos da mecânica quântica: o tunelamento quântico, quando partículas “atravessam” barreiras aparentemente intransponíveis e a quantização da energia, mostrando que a energia é absorvida ou emitida em pequenos “pacotes” e não de forma contínua.
O prêmio, no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,6 milhões), será dividido igualmente entre os três físicos. A cerimônia de entrega está marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo, data em que se comemora o aniversário de morte de Alfred Nobel, criador da premiação.
Segundo o comitê do Nobel, as descobertas “abriram caminho para o desenvolvimento de tecnologias quânticas”, como computadores quânticos, sistemas de criptografia ultrasseguros e sensores de alta precisão.
“Essa conquista mostra que o comportamento quântico pode se manifestar em sistemas grandes o suficiente para serem construídos e controlados em laboratório, algo impensável há poucas décadas”, destacou o comunicado oficial da Academia.
O físico John Clarke, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirmou estar “surpreso e honrado” com o reconhecimento. Já Devoret, da Universidade Yale, e Martinis, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, reforçaram que o trabalho é resultado de “anos de colaboração e perseverança” em busca de entender como a física quântica pode ser aplicada no cotidiano.
O Nobel de Física 2025 reforça uma tendência observada nos últimos anos: o foco crescente em pesquisas de fronteira entre teoria e aplicação, especialmente em áreas que podem transformar a computação, a comunicação e a segurança digital nas próximas décadas.