O hidrogênio verde surge como uma grande promessa para o futuro do setor energético, especialmente no contexto da transição para fontes de energia limpa. Trata-se do hidrogênio produzido por eletrólise da água, utilizando eletricidade proveniente de fontes renováveis, como solar e eólica, o que garante baixíssima emissão de carbono. Diferentemente do hidrogênio tradicional, que é majoritariamente obtido a partir do gás natural (combustível fóssil), o hidrogênio verde é mais sustentável e alinhado com metas ambientais.
O Brasil possui grande potencial para se destacar nessa área, pois cerca de 90% da matriz elétrica nacional é renovável, o que facilita a produção em grande escala do hidrogênio verde, segundo estudo do CNPEM. As vantagens do país incluem uma rede elétrica integrada e diversificada, com hidrelétricas, biomassa, solar e eólica. Isso pode colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais do combustível no futuro próximo.
Investimentos já somam mais de R$ 63 bilhões em projetos associados à produção de fertilizantes, amônia e metanol a partir do hidrogênio verde. A legislação para incentivar o setor, por meio da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, foi sancionada em 2024, aguardando sua regulamentação.
Apesar do potencial, ainda existem desafios significativos para o crescimento do uso do hidrogênio verde como combustível final, como os altos custos de produção, a inflamabilidade do gás e a falta de infraestrutura para transporte e armazenamento. No entanto, seu uso como insumo industrial, especialmente na produção de fertilizantes, refino de petróleo, siderurgia e combustíveis sustentáveis para aviação, é uma realidade mais próxima.
A aposta é que, ao longo de décadas, o hidrogênio verde se consolide como combustível do futuro, integrando setores e ajudando a absorver o excesso de energia renovável na matriz brasileira.